quinta-feira, 17 de junho de 2010

Azar o seu, azar o meu, azar o nosso




Acordei e respirei fundo
Toquei minha mão esquerda com a mão direita
E percebi que era apenas um sonho
Ou um pesadelo
Como posso saber? Como?
Talvez eu só vá saber no final da vida

Azar de não ter sorte
Aqui se faz e aqui se paga
Assim a gente acumula dívidas pela vida
E as lembranças se acumulam mortas na cabeça
Cada vez mais pesada

Uma dose, outra e outra dose
O equilíbrio afetado
A perda cada vez maior do bom senso
E a dívida se acumula
“Não usam autoestima em fermentação alcoólica” ela me disse
E eu pedi outra dose

O senhor do bar pegou a garrafa certa porque já me conhece
O copo sobre a mesa e uma caprichada por ser freguês antigo
A cachaça deu cor ao copo americano
Eu me arrepiei ao sentir o cheiro, peguei o copo e virei

O que me puxava para trás
O que fez meu carnaval
O que me impedia de ser honesto outra vez
Afiei meu punhal, me lembrei de você e te matei
Um peso a menos na cabeça e adeus