domingo, 22 de agosto de 2010

O Fim da Litterasonus



A Litterasonus chega ao fim depois de três anos. O Sérgio (baterista) vai para São Bernardo dia 29 de Agosto e só voltará depois de um ano e meio. Diante disso, a banda chegou à conclusão de que o melhor seria acabar.
Muitos me perguntam por que não convidar outro baterista. Bom, simplesmente porque a Litterasonus só faz sentido se pensada com os seus quatro integrantes: Will Assis, Reinaldo Krepkke, Lobão e Sérgio. E a saída de qualquer um deles derrubaria a estrutura que a banda formava. As notícias boas e ruins eram sentidas em grupo, divididas em grupo. Foram furadas e apertos em conjunto, comemorações em conjunto e tornou-se impossível pensar em um conceito para a banda sem algum dos quatro integrantes.
Foram três anos espetaculares, sem dúvidas. Guardarei os registros que tenho com orgulho para mostrar o que nós fazíamos e o que nós éramos. O entrosamento e as personalidades parecidas. Nunca houve uma briga na banda, mas o acaso quis matá-la mesmo assim.
O que sinto é indescritível, é de fazer chorar. O orgulho do que fomos e a saudade que eu vou guardar fazem com que eu sinta algo que não se define como tristeza, mas também não se define como alegria. Acredito que por estar mais maduro, por estar aprendendo a não ter saudade de tudo que já tive e já perdi, tenho fé no futuro e coloco o pé no acelerador. É difícil se adaptar e aceitar perder coisas que te fazem bem, que conseguiram independência tamanha no seu coração que não precisam mais estar ali para existir sentimento, mas tenho aprendido. A vida ensina de verdade para quem quer aprender.
“E agora, José?” Foi o que pensei quando meu tio (e pra quem não sabe também baterista da Litterasonus) disse que iria passar um ano e meio fora da cidade. “Será o fim?” E então me lembrei de uma das frases de uma música da banda que compus com o Reinaldo “Quem nunca se fez maior que o tempo para poder recomeçar?”. Recomeçarei. Com a experiência que adquiri vou fazer com que a minha próxima banda seja tão única quanto foi a Litterasonus. Aplicar o que aprendi com os erros e acertos e dar uma perspectiva boa, um horizonte de felicidade
O fim da Litterasonus tem data marcada: 27/08 na Calourada Unificada da UFJF no estacionamento da reitoria. Quem viu, viu. Quem não viu, só poderei contar. 


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Azar o seu, azar o meu, azar o nosso




Acordei e respirei fundo
Toquei minha mão esquerda com a mão direita
E percebi que era apenas um sonho
Ou um pesadelo
Como posso saber? Como?
Talvez eu só vá saber no final da vida

Azar de não ter sorte
Aqui se faz e aqui se paga
Assim a gente acumula dívidas pela vida
E as lembranças se acumulam mortas na cabeça
Cada vez mais pesada

Uma dose, outra e outra dose
O equilíbrio afetado
A perda cada vez maior do bom senso
E a dívida se acumula
“Não usam autoestima em fermentação alcoólica” ela me disse
E eu pedi outra dose

O senhor do bar pegou a garrafa certa porque já me conhece
O copo sobre a mesa e uma caprichada por ser freguês antigo
A cachaça deu cor ao copo americano
Eu me arrepiei ao sentir o cheiro, peguei o copo e virei

O que me puxava para trás
O que fez meu carnaval
O que me impedia de ser honesto outra vez
Afiei meu punhal, me lembrei de você e te matei
Um peso a menos na cabeça e adeus

domingo, 23 de maio de 2010

Sem Métrica, Sem Rima, Sem Fim...

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De todo o tempo que passou
De todas as horas que se espera
Dos dias que esqueceu
Do vento que não soprei
De todo o céu até as asas
Do chão aos seus cabelos
Dos sorrisos desprezados
Das palavras que fugiram
Das estrelas que não existem mais
Das flores soltas no tempo
Deixe o tempo correr ele sabe o destino
Sábio destino...

Fez-se amargo o tempo de dizer adeus
A indiferença que eu não sei se há...

De repente o peito apertou
A garganta deu um nó
As lágrimas chegaram aos olhos
Mas não chorou...

Os dias seguem em fila na respeitosa natureza do tempo. E eles não voltam mais.
Fica a saudade...